sábado, 8 de dezembro de 2012

Entrevista ao Blog Morrighan

Há dias (eu digo há dias para não escrever que foi há mais de duas semanas), tive o prazer e privilégio de ser entrevistado pela Sofia Teixeira, do prestigiado Blog Morrighan. Podem lê-la (a entrevista, não a Sofia, a não ser que tenham dons mediúnicos) aqui.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

CABAZ DE NATAL

O Natal está quase a chegar e eu ainda tenho bastantes exemplares do meu livro "Um Cappuccino Vermelho" para vender. Eis, por isso, o meu cabaz de Natal.

Terceiro giveaway no Goodreads - Até 31 de Dezembro, dois exemplares para oferecer naquele que é o sorteio mais internacional que eu já promovi. Podem também encontrar uma versão em epub e em pdf para ler ou sacar.

E-book grátis no Smashwords - Também até 31 de Dezembro (pode ser que continue), versão em pdf, epub, mobi, pdb, rtf, lrf, txt e etc. (O etc. não é nenhum um formato, calma.)

Packs promocionais - Para quem prefere a edição em papel, estou oferecer preços atractivos a quem adquirir mais do que um exemplar. O preço de venda actual é de 10€ por edição grande e 8,5€ por edição de bolso. Durante o mês de Dezembro, estarão disponíveis os seguintes pacotes promocionais: duas edições grandes a 15€, duas edições de bolso a 12€ e edição grande+edição de bolso a 13€.

É tudo por agora. Obrigado e partilhem.

Joel Gomes no H(á) Conversa com Escritores

No início deste mês, a propósito da iniciativa H(á) Conversa com Escritores, fiz uma visita à EBI/JI Sophia de Mello Breyner, Escola-sede do Agrupamento de Escolas Carnaxide-Portela, para falar com uma turma de alunos sobre o meu livro e sobre o que é ser escritor. Avisado quanto ao seu possível mau comportamento, a conversa decorreu sem incidentes, tendo os alunos colocado perguntas interessantes e pertinentes. Foi uma hora agradável, porém rápida. O encontro decorreu na Biblioteca Escolar do referido estabelecimento de ensino, um espaço bem equipado com um fundo documental capaz de rivalizar com algumas bibliotecas municipais.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O NATAL ESTÁ À PORTA

Atenção todo o mundo! Quase todo, vá. Dentro de doze dias, vai começar o terceiro sorteio de "Um Cappuccino Vermelho". Portugueses na Suíça, Suécia, Gronelândia, Trinidade e Tobago e talvez Antárctica, eis a vossa oportunidade!

Pressionai aqui.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Relembrando...

Amanhã, na Feira de Artesanato de Alfragide, entre as 14h00 e as 16h00. Depois, na Junta de Freguesia da Mina, às 17h30. 

De que se trata? Tentativa modesta de desviar pessoas da praia, do Avante e outros eventos festivos para apresentações e sessões de autógrafos da minha pessoa, suportadas pelo meu livro, "Um Cappuccino Vermelho." É aparecer.

Entrevista ao blogue Tertúlias à Lareira


 A minha mais recente entrevista, desta feita ao blogue Tertúlias à Lareira. O meu obrigado à Margarida pela oportunidade, pelo espaço e pelas questões.

sábado, 18 de agosto de 2012

Novo ponto de venda

"Um Cappuccino Vermelho" encontra-se agora também disponível na Livraria du Bocage, no Barreiro. Em breve chegará à Fundação Livraria Esperança, no Funchal. Updates para breve.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Mais um Giveaway

Já está a decorrer o segundo giveaway relativo a "Um Cappuccino Vermelho". São dois exemplares para oferta para leitores de Portugal e Brasil (venha a internacionalização!). Já só faltam 58 dias. Apressem-se!

Apresentação na Casa da Juventude da Tapada das Mercês


A mais recente apresentação de "Um Cappuccino Vermelho" não teve a adesão em massa de outras sessões, mas foi a mais rica de todas no que toca à participação. Creio, se não me falham as contas, que mal estava presente uma dúzia de participantes. No entanto, essa dúzia valeu quase por duzentos.

Foi um evento que roçou a perfeição e penso que isso ter-se-á devido à forma informal e natural como tudo decorreu. Tenho uma vaga ideia de que quando alguém disse "Vamos começar", já havíamos começado há algum tempo. E assim continuámos. Sem dar pelo tempo passar. Conversando sobre o meu livro, sobre outros livros, processos de escrita, outros autores.

 
Teriamos continuado tal com havíamos começado - isto é, sem darmos por isso - se não nos avisassem que o espaço tinha de encerrar. Foi pena, mas tinha de ser. Foram um público interessado, interventivo e aguentaram-se que nem heróis durante duas horas. Aqui fica o meu agradecimento a todos eles, à Câmara Municipal de Sintra, ao pessoal da Casa da Juventude em geral e à Adelaide Bernardo, que me fez o convite, em particular.

Mais fotos aqui.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Próximas apresentações

No próximo Sábado, pelas 17h15, estarei na Casa da Juventude da Tapada das Mercês para apresentar "Um Cappuccino Vermelho" a quem ainda não o conhece. O livro terá um desconto de ocasião, mas esse não será o único atractivo da tarde. Além da minha apresentação irá também decorrer um concerto, uma apresentação/recriação histórica e um workshop. Cada coisa a seu tempo para não criar confusão, como é óbvio.

Avanço já que no mês de Setembro, no dia 8, estarei na Junta de Freguesia da Mina-Amadora e também no mesmo dia, possivelmente, na Feira de Artesanato de Alfragide. O meu livro estará também disponível a um preço especial. O horário será divulgado em breve.

Até lá.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A IMAGEM - Sites Oficiais

Abriram ontem dois novos espaços dedicados ao meu próximo romance: "A IMAGEM". Visitem o site oficial e a Página Oficial no Facebook, tornem-se amigos, subscritores e fiquem atentos. Mas continuem a passar por aqui também.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

EDIÇÕES DE AUTOR

No seu blogue Crónicas de Eos, Anton Stark publicou um artigo interessante sobre as edições de autor em Portugal. A discussão não se encerra nas suas palavras, embora estas representem um bom ponto de partida. 

O meu livro "Um Cappuccino Vermelho" foi usado como exemplo e, apesar de não ter sido pelas melhores razões, é sempre bom quando me chamam a atenção sobre problemas dos quais eu não estava ciente. Assim como de problemas de que eu estava ciente, mas em relação aos quais não consegui fazer melhor. Acredito que é no assumir desses erros que se evolui.

Crítica no blogue ILLUSIONARY PLEASURE

A mais recente crítica a "Um Cappuccino Vermelho" foi publicada no blogue Illusionary Pleasure. Aqui fica o meu agradecimento à Adeselna Davies por ter interrompido o seu Nanowrimo para me dar este precioso e construtivo input. (É também a ela, e outros, que se deve a Nanozine.)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Entrevista no blogue OS LIVROS NOSSOS

Liliana Novais, do blogue OS LIVROS NOSSOS, convidou-me para uma entrevista. Podem lê-la na íntegra aqui. O meu obrigado pela divulgação.

domingo, 29 de julho de 2012

Apreciação a "UM CAPPUCCINO VERMELHO"

O segundo autor a responder ao meu desafio lançado no Goodreads foi  o Tiago Gonçalves, autor de "De Uma Só Sorte" e "Não Fomos Nós Dois". Aqui fica a sua opinião:
«A escrita do Joel é bastante gráfica, fluída, simples e vibrante, a acção segue com descrições rápidas e concisas, que transmitem o essencial para vermos a história e como ela vai "andando" pelo papel.
Confesso que não sou o maior fã deste tipo de livro, geralmente, pois apresenta-se como um thriller ou mesmo um policial, aparentemente, mas vejo também ali traços de romance.. o Joel pode dizer melhor. O que sei é que gostei, o Joel cativa, prende na história e no enredo, bom por sinal.
Acredito que o Joel podia ter melhorado, talvez tornar menos repetitivo a meio, abreviando a acção de algumas personagens, pois tornou-se previsível a narração da outra personagem, ou seja, era escusado ter-se alongado tanto. No início não, apenas mais quando ia caminhando para o fim da história. Ai, fim, surpreendente, o Joel troca as voltas e dá o final ideal, um completamente imprevisível mas extremamente lógico.
A qualidade de escrita do Joel é inegável, é directo e explícito, sempre com uma lógica inerente. Acredito apenas que tem de trabalhar um pouco a construção da história em si, para não se tornar repetitivo (às vezes os editores ajudam nisso). Mesmo assim louvo o Joel pois nunca cansa nem aborrece ao longo do livro, a sua forma de escrever não o permite, tal o dinamismo. O Joel está, por isso, de parabéns, sobretudo tratando-se de uma primeira obra. Gostei, e não costumo gostar deste género literário.»

Apreciação a "UM CAPPUCCINO VERMELHO"

Recentemente, no site Goodreads, desafiei vários autores a realizar uma permuta literária, isto é: lermos e opinarmos publicamente sobre as obras uns dos outros. O primeiro a responder ao desafio foi Bruno Franco, autor do livro "O Novo Membro". Aqui fica a sua apreciação sobre "Um Cappuccino Vermelho":


«Parti para a leitura deste livro com bastante curiosidade devido ao título, que considero ser extremamente apelativo. Devo dizer que também a capa está muito bem conseguida! O trocadilho do título e os salpicos de sangue são pormenores deliciosos.

A escrita do Joel é simples, directa e de fácil compreensão, algo que aprecio imenso. Li este livro num dia devido a essa característica e também por ser um livro pequeno.

Gostei da ideia geral do livro, embora já tivesse contactado com essa ideia noutra situação. Acho que o Joel poderia ter desenvolvido muito mais a história, pois o que ficamos a saber das personagens é praticamente nulo, exceptuando, talvez, o Ricardo. Além disso, achei a historia demasiado linear, sem qualquer reviravolta que surpreenda o leitor, e achei um pouco "estranho" que as palavras escritas do João no seu livro fossem exactamente iguais às do próprio livro, lidas anteriormente. Senti que estava a ler coisas repetidas.

Eu não sou apreciador de grandes descrições, mas acho essencial ter um mínimo de descrição do espaço, nem que para isso se refira o nome do local (se for conhecido). Neste livro só numa ou outra situação é que temos alguma descrição e referência ao local, o que acaba por me fazer sentir um pouco perdido ou deslocado durante a acção, levando-me, por vezes, a imaginar as personagens em espaços aleatórios.

Gostei dos diálogos e da forma como é explicada a paixão do Ricardo pelo café. O final está um pouco confuso, mas creio que percebi a intenção.

Resumindo, o Joel tem uma escrita limpa, agradável, segura e bastante compreensível, teve uma boa ideia para o livro, bons diálogos, mas muito pouco desenvolvimento do potencial da história que tinha entre mãos. Quando terminei o livro fiquei com o sentimento de que faltou algo, e isso deve-se à linearidade da história.

Gostei (embora tenha a certeza de que poderia gostar mais), e espero que ele continue a evoluir, pois sinto que o Joel poderá dar muito.»

sábado, 28 de julho de 2012

terça-feira, 17 de julho de 2012

Update em A IMAGEM



Prestes que estou a terminar as revisões finais d' A IMAGEM, o sucessor d' UM CAPPUCCINO VERMELHO, preparo-me para começar a divulgar excertos desse romance. Para esse efeito, e não só, em breve criarei um novo blog dedicado a essa obra. Contudo, sendo A IMAGEM e UM CAPPUCCINO VERMELHO duas obras interligadas, serão também colocadas aqui as informações mais importantes, bem como aqui.

domingo, 27 de maio de 2012

PONTOS DE VENDA

A partir do passado dia 25 de Maio, Um Cappuccino Vermelho passou a estar disponível nos seguintes espaços:

- Papelaria João (Baixa da Banheira)
- Papelaria Filipa (Baixa da Banheira)

Se ainda não possuem o vosso exemplar, podem agora adquiri-lo num destes estabelecimentos.

Apresentação de "Um Cappuccino Vermelho" na Biblioteca Municipal D. Diniz em Odivelas

Decorreu ontem aquela que foi a segunda apresentação pública do meu livro "Um Cappuccino Vermelho". Influenciado pelo sucesso da primeira apresentação, confesso que estava com as expectativas em alta. Todavia, apesar de a minha passagem por Odivelas não ter sido o sucesso estrondoso que eu almejava, não posso dizer que tenha corrido mal. Afinal de contas, à mesma hora estava a decorrer o Rock In Rio e o jogo de Portugal contra esse colosso que é Macedónia.
Foi uma apresentação breve, na qual falei da história do livro, dos seus personagens e ideias para próximos projectos. Neste tópico de próximos projectos aproveitei para divulgar um pequeno passatempo relacionado com o meu próximo romance, A Imagem.
Embora não se tenha verificado uma afluência tão grande como aconteceu na minha apresentação - pelas razões já apontadas em linhas prévias - fiquei satisfeito por lá ter ido e deixo aqui o meu agradecimento a todos os presentes, que fizeram uma pausa nos seus afazeres para me dar alguma atenção.
Até uma próxima.

Mais fotos aqui.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

PASSATEMPO: EU ESCREVI O MEU DESTINO

Ainda faltam alguns meses para que o sucessor de Um Cappuccino Vermelho seja publicado, mas nunca é cedo demais para começar a pensar em formas de chamar a atenção de actuais e futuros leitores. Em Um Cappuccino Vermelho incluí um excerto de A Imagem. Em A Imagem decidi que queria ir um pouco mais além do que incluir um excerto do livro seguinte (está neste momento a ser escrito). Foi por isso que resolvi convidar quem me lê a encarnar um dos protagonistas de Um Cappuccino Vermelho, João Dias Martins ou Ricardo Neves, e a escrever um pequeno conto em seu nome. 
Para ajudar nessa tarefa disponibilizo algumas frases e parágrafos que poderão ou não ser utilizados. A história que a sua imaginação produzir, preferencialmente, não deverá ter nada que ver com os acontecimentos descritos em Um Cappuccino Vermelho. Todavia, uma vez que as barreiras existem para serem quebradas, se quiser ir por esse caminho, eis alguns elementos a ter em consideração:
  • a história de Um Cappuccino Vermelho decorre em 2002, e a história de A Imagem decorre entre 2002 e 2009;
  • ambas as histórias e seus personagens estão trancados, ou seja, é difícil, mas não impossível, introduzir novos elementos sem correr o risco de quebrar a continuidade;
  • poderá servir-se de personagens de Um Cappuccino Vermelho, quer como protagonistas, quer em cameos, desde que essas participações sejam anteriores a 2002 ou posteriores a 2009, ou que não exerçam qualquer influência nas histórias principais.
A minha intenção com este desafio é lançar uma votação com as histórias que receber e incluir a mais votada como um extra em A Imagem
A Imagem será publicada no início de 2013 e todas as despesas de edição serão assumidas por mim, assim como todas as receitas. Quanto aos direitos do conto que escrever, seja ele ou não publicado, estes pertencerão sempre ao autor do mesmo (excepção feita aos elementos que utilizar de Um Cappuccino Vermelho e de A Imagem), podendo este recusar a sua publicação ou republicá-lo por sua conta. Nesse caso, apenas peço o devido crédito se a sua história contiver elementos de livros meus. Se não for caso disso, boa sorte.
Envie a sua história para joel.gomes@gmail.com com o assunto “Cappuccino Vermelho”: Eu escrevi o meu destino.
  • Número de palavras: 5000-10000.
  • Data limite: 10 de Outubro de 2012
A votação decorrerá durante todo o mês de Novembro, sendo o vencedor (ou vencedores) anunciados no início de Dezembro. Se tiver sugestões, reclamações ou rectificações a fazer, sinta-se à vontade para as apresentar.
O desafio está lançado. Mãos à obra!

domingo, 20 de maio de 2012

ENTREVISTA NA RÁDIO POPULAR FM - RESCALDO

Passados mais de quinze anos regressei aos estúdios da Popular FM, desta feita não como colaborador, mas como entrevistado. O convite foi-me feito por Fernando Marques, um dos responsáveis do programa "No seu lugar" e a entrevista foi conduzida por Solange de Jesus.

Não foi a minha primeira entrevista, mas foi a minha primeira entrevista em directo. Falou-se de "Um Cappuccino Vermelho", como seria de esperar, e desviou-se um pouco a cortina em relação ao meu próximo trabalho, que se irá intitular "A Imagem".

Feito o balanço, diria que correu bem. Venham as próximas.

sábado, 19 de maio de 2012

EX DIGITO GIGAS

No passado dia 12 de Maio fui para a Feira do Livro de Lisboa onde andei a distribuir marcadores alusivos a "Um Cappuccino Vermelho" - a propósito, já tem o seu exemplar? - e onde tive a oportunidade, e o prazer, de conhecer e trocar algumas palavras com o escritor, investigador e realizador António de Macedo. O tempo não deixou que tivéssemos uma conversa muito demorada, mas chegou para eu lhe oferecer um exemplar do meu livro.
Ontem, recebi o feedback.
"Meu caro Joel Gomes: já li o seu livro e devo dizer que fiquei agradavelmente impressionado. Gostei do seu estilo directo e da sua verve literária, com bom ritmo e diálogos trepidantes, sem demoras inúteis nem truques suspensivos exagerados. De uma forma geral está bem construído, embora haja pontos em que o factor "previsibilidade" se faça sentir. De uma forma geral, é um bom começo para um primeiro romance - como diz o provérbio latino, ex digito gigas, pelo dedo se conhece o gigante -, com boa implantação de cenários e de sucessão de eventos, nota-se a experiência de visualização de um guionista (...)."António de Macedo
O melhor de tudo isto é que a parte mais enriquecedora da longa mensagem que o António de Macedo me enviou nem sequer é aquela que reproduzi aqui. Sim, é bastante elogiosa e fiquei algo "babado", mas o fruto mais doce proveio das palavras mais críticas. É verdade. Fui chamado à atenção em relação a alguns descuidos que tive com certas matérias. Descuidos esses dos quais, em parte, eu estava ciente, e que o António de Macedo teve o cuidado, não só de apontar, como também de explicar em que é que errei e como deveria ter feito.

Já o disse várias vezes e torno a dizê-lo: as palavras positivas fazem bem ao ego e motivam-nos a continuar, mas são estas chamadas de atenção para corrigir o que está errado que nos fazem melhorar enquanto autores. Seguir em frente sem melhorar em nada é o equivalente ao andar do caranguejo: por muito que se esforce não consegue atravessar a linha.
Também já o disse em privado, mas agora digo-o publicamente: muito e muito obrigado, caro António.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

ENTREVISTA NA RÁDIO POPULAR FM


No próximo Sábado, 19 de Maio, entre as 11h00 e as 12h00, vou estar na Rádio Popular FM, no Pinhal Novo, para uma entrevista a propósito do meu livro "Um Cappuccino Vermelho". A entrevista será conduzida por Solange Jesus e poderão ouvi-la em 90.9 ou via Internet. É só escreverem "popular fm ouvir" no Google.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Crítica no Jornal do Barreiro


Lançado há menos de um mês, o meu livro "Um Cappuccino Vermelho" tem reunido boas críticas junto do público e da imprensa. A mais recente foi publicado na edição de 30 de Março do Jornal do Barreiro, a qual reproduzo aqui na íntegra.

Imagens, humor e crítica
por Andreia Lopes
No seu primeiro livro – lançado em edição de autor – Joel Gomes mostra ao público uma história com alguns elementos visuais, assim como o uso de frases incisivas e ritmadas, o que também revela as suas potencialidades enquanto guionista. É, por isso, um enredo um tanto ou quanto visual, o que estende, também, ao próprio grafismo da obra, que conta com duas capas diferentes. Uma branca e outra preta e o cappuccino vermelho nas duas.
Ao longo das páginas do livro de Joel Gomes, pode sentir-se, por muitas vezes, o cheiro do café. O café que desperta as palavras que podem matar. E matam. Quando a realidade se confunde com a ficção e já não se sabe o que é a verdade e o que está a acontecer.
Neste seu policial, Joel, através do uso de uma linguagem simples, emprega também marcas suas de originalidade, que fogem a padrões existentes. E isso pode ver-se através da inclusão de elementos pouco comuns, como o de um assassino que se desloca de transportes públicos para matar.
Depois, há também espaço para o humor, uma marca muito característica do autor que não hesita em fazer uso da sua acutilância, bem como do seu olhar de cronista e de crítico que mostra retratos da humanidade e da sociedade. “Como não gostava de peixe, era fácil encontrar defeitos onde eles não existem”. Este é apenas um exemplo disso.
Podemos também falar de Jão, Ricardo e Laura. Os três personagens principais de Um Cappuccino Vermelho. Personagens que entram num triângulo sem o saberem. Ricardo, o assassino-escritor que gosta do que faz e que tem pela frente uma cruzada para mudar o mundo. João, o escritor que vê a ficção a confundir-se com a realidade. E Laura e a sua capacidade de manipular os outros.
Um Cappuccino Vermelho pode ser o primeiro livro de uma trilogia de Joel Gomes. Na verdade, preparado já está o seu segundo volume, A Imagem. Uma obra que parte de alguns personagens conhecidos nesta sua primeira obra e prepara “um retrato único da natureza humana”. Dois dos capítulos de A Imagem podem também ser lidos na primeira obra do autor que escreve para si e “depois para o público”.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Apresentação Oficial d' "Um Cappuccino Vermelho"

No passado dia 23 de Março, na Biblioteca Municipal da Moita, decorreu a Apresentação Oficial do meu livro "Um Cappuccino Vermelho". Eu sei que este artigo está quase duas semanas atrasado, mas não me foi possível escrevê-lo mais cedo. As minhas desculpas, antes de mais, pelo atraso.
Quanto à cerimónia em si, excedeu todas as minhas expectativas. Há que ser honesto sobre isto: estando eu sozinho, sem apoio de uma máquina de propaganda, esperava a comparência de alguns e familiares e pouco mais. A verdade (digo isto com um misto de orgulho e humildade) é que o Auditório Fernando Lopes, no qual assisti a várias apresentações de autores com muito mais crédito e fama que eu, estava bem preenchido. Não quero com isto dizer que acho o meu livro melhor que os livros desses autores, pretendo apenas demonstrar que as pessoas, quando querem, conseguem surpreender-nos. Lá estavam quem eu esperava ver, assim como pessoas que eu não via há anos e que me deram o prazer da sua companhia.
Além dos convidados, devo um especial agradecimento a quem se sentou comigo à mesa. À Irina Rosa, que esteve presente desde o primeiro rascunho há dez anos atrás e que continuará presente nos próximos rascunhos se tiver paciência para isso. Ao David Rebordão, que encontrou tempo entre takes para me escrever um prefácio. À Vivina Nunes que soube balançar relatos de momentos embaraçosos da minha infância com os meus feitos enquanto adulto e autor. E à Rosa Lia, que não estava à mesa, mas era como se estivesse.
Um grande obrigado também à comunicação social que esteve presente, através de José Apolónia do jornal O Rio e Andreia Gonçalves do Jornal do Barreiro. Obrigado pela vossa presença e obrigado pelas vossas palavras.
E, como não pode ser tudo bom, um puxão de orelhas à Irina que, embora de forma não propositada, me incubiu da tarefa de escrever um terceiro livro relacionado com "Um Cappuccino Vermelho". O segundo já está escrito, chama-se "A Imagem" e será lançado em data a anunciar.
Esta Apresentação Oficial foi o último passo desta etapa de "Um Cappuccino Vermelho". Ultrapassada esta barreira, virão mais apresentações e mais divulgação. O livro encontra-se disponível em formato grande a 10€ e em formato de bolso a 8,5€. Pode ser encomendado através dos emails joel.gomes@gmail.com e gomes_joel@hotmail.com ou adquirido nos Centros de Cópias da Universidade Autónoma em Santa Marta e Boavista. Brevemente serão anunciados mais locais de venda. Fiquem atentos.

Reportagem publicada no jornal O Rio

terça-feira, 6 de março de 2012

P'la mão de Ricardo Neves: PROPÓSITO

Se um dia alguém me perguntasse por que razão é que eu gosto de matar, antes de lhe responder, seria obrigado a fazer uma pequena correcção. Matar não é algo que eu goste de fazer: é algo que eu faço. É preciso que isso fique bem claro. Tenho plena consciência do quanto isto me diferencia da maioria das pessoas, mas tal como elas, não sou alheio às minhas obrigações.
Poderá haver quem questione a moralidade deste meu sentido de responsabilidade. É verdade que matar pessoas não é a mesma coisa que elaborar relatórios ou fazer inventários, mas o princípio subjacente é comum: todos temos os nossos objectivos a cumprir.
Pessoalmente, talvez não me importasse de fazer outra coisa se fosse esse o meu destino. Emprego a palavra “destino”, embora não acredite nisso tanto quanto gostaria. Por um lado até seria bom acreditar que, apesar de ter as mãos sujas de sangue, a responsabilidade pelas minhas acções não recai sobre mim; por outro, aprecio demasiado a liberdade de poder escolher para entregá-la a quem ou ao que seja. Quanto ao destino, no seu sentido mais místico, a minha opinião varia. Acredito que algumas coisas acontecem porque têm de acontecer, outras acontecem porque nós influenciamos o mundo à nossa volta com as nossas palavras e as nossas acções.
Através da minha faceta mais pública também costumo exercer esta influência no mundo. Não sei dizer se tenho mais impacto na vida das pessoas como autor ou como assassino nem isso interessa para agora. Para mim, embora já tivesse algumas mortes no meu currículo antes de escrever o meu primeiro livro, a escrita sempre foi tão importante como a morte. De certo maneira, utilizando um lugar-comum, ambas são faces da mesma moeda. Dois pesos da mesma balança: pela escrita crio, pela morte destruo.
Já por diversas vezes perguntei a mim mesmo: o que faria se não tivesse sido criado desta maneira? Como seria eu se a morte não tivesse feito parte da minha vida desde tenra idade? Aos seis anos de idade, ainda antes de aprender a ler, já sabia disparar uma pistola. É estranho, mas é verdade. Alguns colegas de profissão matam porque são bons no que fazem, outros porque têm prazer nisso; eu mato porque é para isso que fui treinado, mas até que ponto seria diferente se não tivesse recebido esses ensinamentos?
A morte fará parte do que sou ou do que faço?
Tenho pensado muito acerca disto ultimamente. A última lista que me entregaram colocou-me na rota de pessoas que me levaram a questionar aquilo que faço. Desviei-me um pouco, é verdade, mas por vezes, para sabermos se estamos no caminho certo, temos de voltar atrás e tentar perceber como seria se tivéssemos optado de maneira diferente.
Ainda não cheguei a nenhuma conclusão e não acho que vá chegar tão cedo. Tratei da última pessoa da lista ontem – quanto a isso, estou descansado –, mas ainda tenho um livro para acabar de escrever. Pode ser que daqui por uns tempos, quando as coisas estiverem mais calmas, eu volte a perder tempo a pensar na vida.

Ricardo Neves, protagonista de Um Cappuccino Vermelho

P'la mão de João Dias Martins: DECISÃO

Lembro-me de um tempo em que tudo era mais fácil, um tempo em que não precisava de me preocupar em tomar decisões. Recordo-me desses dias, às vezes com saudade, outras com alívio. Todavia, as saudades que sinto não chegam para desejar um retorno ao passado. Por muito que as memórias boas suplantem as más, teria dificuldades em deixar que a minha vontade fosse subjugada pela vontade de outra pessoa. À semelhança de muitos, não aprecio ser contrariado, muito menos por mim mesmo. No entanto, há alturas em que penso que sou eu quem mais me contraria.
O sonho de muitos autores, eu incluído, é mudar o mundo com a sua escrita. Não importa a dimensão em que esse sonho se traduz, é por ele que o autor busca as palavras certas para contar a sua história.
Não sou um escritor de best-sellers, talvez gostasse se o fosse, mas a verdade é que não sou. Os meus três romances até à data não foram êxitos retumbantes, mas até venderam bem. Tenho a perfeita noção de que não sou um autor Nobel. Um dia talvez me obrigue a trabalhar para isso. Por enquanto, quero apenas contar as histórias que me apetecer sem pretensões de ser laureado.
É sempre com este sentimento em mente que inicio a escrita de um novo livro e este não foi excepção. Quando comecei, pensei que seria apenas mais um. Não "mais um" no sentido pejorativo do termo, somente uma história com princípio, meio e fim. Já havia escrito três romances antes deste e, muito embora todos eles tivessem a sua história por detrás da história, acreditava que não teria grandes surpresas pela frente além daquelas que é suposto encontrar numa jornada criativa.
Estava enganado. Ou talvez estivesse mais certo do que gostaria. É escusado pedirem-me para explicar o que se passou. Suponho que exista uma explicação para o que aconteceu; eu, infelizmente, não a tenho. Só sei aquilo que a comunicação social já noticiou: um conhecido empresário foi encontrado morto em sua casa. O que mais ninguém sabe é que, dias antes, eu havia escrito esse mesmo acontecimento com todos os detalhes, incluindo aqueles de que só a polícia e o responsável pelo crime teriam conhecimento.
Concordaria com quem me dissesse que tudo isto não passa duma estranha coincidência se tivesse sido um acontecimento isolado. Uma semana antes da morte deste empresário, um outro empresário de esquina conheceu o seu fim. Por ser uma figura de menor importância na sociedade – havia quem o considerasse um parasita –, a sua morte passou despercebida. Encontrei o seu cadáver num beco; o mesmo local e as mesmas circunstâncias de uma cena que eu escrevera dias antes.
Cheguei a pensar se não estaria eu a matar aquelas pessoas. Desde que não fosse apanhado, isso até poderia funcionar como manobra de marketing. A certa altura, mais do que pensar, cheguei mesmo a desejar que fosse eu o assassino. Preferia isso a ter alguém a agir em meu nome. Preferia ser eu o assassino e ter assim a hipótese de me poder redimir dos meus actos.
Tenho saudades dos dias em que a minha vontade não era suprema, porque nesses dias estava liberto de pensar nas repercussões das minhas decisões. Podia escrever sobre o fim do mundo sem ter a preocupação de que isso se pudesse tornar realidade. Hoje em dia, tenho que avaliar muito bem as consequências das minhas palavras. Às vezes pergunto-me se estes eventos não aconteceriam mesmo se eu não escrevesse sobre eles. Dou alguma consideração a esta hipótese de ser uma espécie de profeta, apesar de não acreditar muito nela.
Ignoro se serei o único responsável por tudo o que está a acontecer ou uma mera ferramenta nas mãos do Destino. É este poder que vem da palavra escrita, esta capacidade de decidir quem vive e quem morre, que me força a continuar. Mesmo que esta história nunca chegue ao público, eu preciso de saber como é que ela terminará. Se me arrependerei dessa decisão, só o tempo o dirá.
João Dias Martins, protagonista de Um Cappuccino Vermelho

domingo, 29 de janeiro de 2012

MARKETING

Um Cappuccino Vermelho é um livro que me continua a oferecer desafios. Há cerca de dez anos ofereceu-me o desafio de escrever um primeiro romance. Actualmente oferece-me o desafio de tentar divulgar esse mesmo romance por todos os canais possíveis. Sendo eu o autor e o editor, sou obrigado a assumir as rédeas de toda e qualquer forma de divulgação. (Não contando, claro, com a publicidade feita por amigos e leitores.)
Tenho feito uma aposta muito grande nas redes sociais, criando uma conta no twitter afecta em exclusivo a Um Cappuccino Vermelho, além de constantes actualizações na minha página do Facebook. Os dois protagonistas do meu livro, Ricardo Neves e João Dias Martins tiveram e continuarão a ter direito às suas próprias contas no Facebook. Estejam à vontade para os juntarem à vossa lista de contactos.
Os dois protagonistas d' Um Cappuccino Vermelho assinaram vários livros antes deste. Podem consultar os livros publicados por estes dois autores e outros nas páginas oficiais da Fractalis Editora e das Edições Espiráleo.
Fora das redes sociais, podem sempre (re)ler uma entrevista, já aqui divulgada, publicada no Jornal do Barreiro.
A minha mais recente forma de divulgação é o book-teaser que pode ser visto no lado direito do ecrã. Foi a primeira vez que fiz algo do género e penso que não ficou muito mal para um amador.
Tudo isto tem sido muito trabalhoso, mas nada se ganha sem nada se fazer. Se vai resultar ou não, depende dos leitores.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

CRIAÇÃO

Previamente publicado no meu outro blogue Protuberância:

Os últimos tempos têm-se revelado atribulados, embora muito compensadores. Quem me conhece sabe que não sou um praticante regular de exercício físico. Tirando uma caminhada ou outra que faço com prazer (seja por estar num sítio novo, seja por não querer esperar que o autocarro chegue), não desempenho muitos esforços físicos. É certo que não me limito só às caminhadas, mas como é suposto este blogue não ter conteúdos susceptíveis de ferir sensibilidades, limitemos-nos a considerar essa actividade que é andar a pé. 
 Tenho feito longos passeios com a minha cara-metade um pouco por todo o lado e, no regresso a casa, aquilo de que me apercebo com mais evidência é o fervilhar de ideias que povoam a minha mente. Não pretendo dizer com isto que é o exercício físico - seja ele qual for - que origina essas ideias. Na minha opinião elas estão lá sempre, são possibilidades de histórias e de temas que surgem da infinidade de combinações possíveis entre tudo aquilo que vemos e ouvimos. O exercício físico limita-se a pegar em alguns desses ingredientes e combiná-los numa fórmula que se espera nova.
A prática é o melhor professor e tenho aprendido muito nos últimos tempos sobre o meu processo criativo. Continuo a ter as minhas falhas, mas é impossível não as ter. Escrever não é fazer contas. Por mais que leia sobre construção de personagens ou sobre estrutura ou sobre diálogo, por muito que aquilo que eu escreva cumpra todas as regras duma boa história, por muito que seja uma boa história, a verdade é que o leitor poderá discordar. Sobre o meu processo criativo propriamente dito, aprendi que... basta uma imagem. É tudo o que preciso para começar.
No próximo mês de Fevereiro irei publicar o meu primeiro romance: Um Cappuccino Vermelho. A história deste livro, perdão, a história por detrás deste livro, começou com uma miúda com quem eu me cruzei no Metro. O aspecto dela e a sua postura combinaram-se com o que ia na minha mente e as rodas começaram a trabalhar. Neste caso, como eu já andava à procura duma ideia, ela limitou-se a ser a catalisadora. Com o livro seguinte - A Imagem - o processo foi muito mais cru e envolveu uma caminhada.
Ao fazer um passeio habitual, olhei para o muro branco duma propriedade privada, um muro extenso e alto, e pensei como seria se surgisse ali uma imagem do nada? E se essa imagem só pudesse ser vista por uma pessoa? E se essa imagem ganhasse vida? E quem seria essa pessoa? Porque razão é que a imagem apareceria somente para ela? De onde vinha a imagem?
A escrita de Um Cappuccino Vermelho tem a marca clara duma primeira obra e eu percebo isso não tanto na história, mas no modo como a história surgiu. Lembro-me o quão difícil era continuar a escrever depois da frustração que havia sido o dia anterior. Estava a dar os meus primeiros passos na escrita a sério e fartei-me de cair. Felizmente levantei-me e continuei a andar.
Sei que cresci dum livro para o outro, mas era impossível isso não acontecer. Afinal, cerca de sete anos separam Um Cappuccino Vermelho de A Imagem. E o tempo tornou-se um grande mestre. Estas duas histórias, apesar de ligadas tematica e narrativamente, foram desencadeadas por processos criativos radicalmente diferentes. Aquando do primeiro livro, eu andava à procura de ideias e quando esta surgiu o processo de escrita foi árduo, mas compensador no fim; já no segundo, andava tão ocupado com tanta coisa que nem pensava sequer em pensar em escrever um livro. Acontece que a criatividade não se importa com a falta de tempo. As ideias aparecem quando têm de aparecer, tenhamos nós tempo para as desenvolver ou não.
Eu não tinha tempo, mas estava curioso. Queria saber mais sobre A Imagem, sobre essa história que tomava prioridade sobre tudo o resto com que eu me deveria preocupar. Não tinha tempo, mas arranjei-o (se tal coisa é possível) porque queria saber onde é que a história ia. Tal como numa caminhada, foi um processo longo, embora não exaustivo. Ao contrário de Um Cappuccino Vermelho, em que eu tinha uma ideia rudimentar do que seria o final da história, a caminhada, perdão, escrita de A Imagem fez-se sem objectivo final. Assim como não sabia de onde a ideia surgia, também desconhecia para onde se dirigia. O mesmo acontece quando se faz uma caminhada: saber onde vamos terminar não é tão estimulante quanto partir rumo ao desconhecido.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

EXCERTO DO CAPÍTULO 6

O dia de amanhã promete ser atribulado com idas às Finanças, acertos finais de capa e o arranque (finalmente!) da impressão do livro. Caros e ansiosos leitores, falta pouco e já faltou mais. E para compensar o vosso apoio, aqui vai mais um excerto:
 
«João não queria, mas tinha de admitir: o dentista fizera um bom trabalho a arranjar-lhe os dentes. A dormência da anestesia, apesar de incómoda, estava prestes a dissipar-se.
Olhou para o relógio. Eram quase seis e um quarto da tarde. Tinha tempo de adiantar serviço.
Ligou o computador e tentou recordar-se do pequeno sonho que tivera lá na sala de operações. Talvez fosse de estar sob o efeito da anestesia. Talvez tivesse sido apenas uma inspiração efémera. Ou talvez não.
Acedeu ao programa de processamento de texto, abriu o ficheiro intitulado LIVRO e fechou os olhos. Durante os trinta minutos seguintes permaneceu imóvel, rígido como uma estátua. O único movimento que traía a sua imobilidade era o seu respirar lento e arrastado. Ainda com os olhos fechados, colocou as mãos sobre o teclado e escreveu por tópicos:
Assassino
Escritor
Livro
Contrato
Empenho
Namorada
Paixão
Traição
Poder
Morte
Abriu os olhos e leu o que escrevera. Os dez pontos essenciais da sua história. Agora só tinha de encontrar uma maneira de os interligar.
Olhou para a miniatura da Torre Eiffel em cima da televisão, escreveu l’amour sont trois jours, mas apagou a frase logo de seguida. Não gostava dela. Não por questões linguísticas; simplesmente não se sentia talhado para escrever romances cor-de-rosa. Fosse em que língua fosse.
E de que outra cor poderiam ter os romances? Azuis? O azul era e é a cor da melancolia e os romances, embora pudessem ter um pouco de melancolia ao longo da história, terminavam sempre com o final feliz, o happy ending, por assim dizer.
A sua história poderia ou não ter um final feliz mas, uma coisa sabia: de certeza que não seria melancólica. o azul e o cor-de-rosa não seriam de maneira alguma as cores que ele usaria para classificar o seu estilo de escrita.
Talvez o cinzento fosse a escolha mais lógica, o meio-termo entre o branco e o negro, a cor daqueles que por trás de uma fachada de bondade e ternura escondem um lado perverso e vil. E o vermelho. Afinal, um livro sobre um assassino profissional teria de ser um livro com bastante sangue. Mas não sangue gratuito. Sangue. q.b, acompanhado por mortes realizadas com estilo e perícia e gestos mecanicamente executados.
Quase como beber café. Café ou algo com mais estilo.
Algo como... um cappuccino.
Um cappuccino vermelho.
Encontrara o título por que tanto procurava. Escreveu-o no início da página. Em itálico – um cappuccino vermelho.
Este era o princípio do seu processo criativo. A partir daí seria tudo mais fácil. Era-lhe sempre mais fácil escrever uma história quando tinha o título. O título era o que continha todo o fio condutor da acção.
A narrativa encerrava-se naquelas poucas palavras, tornando-se um corredor através do qual a sua mente de escritor podia vaguear, abrindo uma porta aqui e ali conforme a necessidade se fizesse sentir. Uma vez encontrado o título era só percorrer esse corredor e abrir a porta ao fundo.
E a história terminaria.»
Um Cappuccino Vermelho (excerto do Capítulo 6)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

EXCERTO DO CAPÍTULO 1

«Quando tinha nove anos, Ricardo descobriu que era um viciado em café. A descoberta foi casual – motivada pela curiosidade que o caracterizava quando criança – mas, desde então, ficou enfeitiçado por aquele sabor único.
O seu mentor ensinara-lhe que para apreciar algo era preciso conhecê-lo verdadeiramente; era preciso estudar o objecto do nosso fascínio afim de percebermos o que nele nos cativava. Para melhor a apreciar, Ricardo estudou tudo o que havia a estudar sobre essa bebida que é o café.
Aprendeu acerca do sabor, das origens, assim como todas as formas de confecção possíveis e imaginárias. Descobriu que o café tinha origens árabes, que durante a Guerra Civil Americana os soldados transportavam café para os campos de batalha como alimento de primeira necessidade e que, como produto de importância global, era ultrapassado apenas pelo petróleo.
Aprendeu também o quão significativas podiam ser as suas influências culturais e sociais. A título de exemplo, Bach compôs uma cantata dedicada ao café e em Itália o café era considerado tão essencial à vida diária que era o próprio governo que estipulava o preço de venda.
Nos últimos três séculos, noventa por cento da população ocidental mudou do chá para o café. Ricardo sabia que o chá também tem cafeína, a chamada teína, mas para Ricardo o sabor do café era único.
Só depois de saber tudo isso, é que Ricardo bebeu café pela segunda vez.
O gosto pelo café sempre fora um elemento importante na vida de Ricardo, porém, ele mantinha esse gosto para si. Não se dava ao luxo de grandes extravagâncias. O seu bom gosto era suficiente para ter cuidado com a imagem e não aparentar o ridículo. Más coisas poderiam acontecer se ele não fizesse isso.
Para Ricardo, o café era uma bebida – uma bebida que ele adorava e sobre a qual sabia tudo, mas ainda assim – apenas uma bebida.
Gostava do café como bebida, digestiva, refrescante, estimulante, o que fosse. Um facto curioso que descobrira durante as suas pesquisas: exceptuando a temperatura, as outras faculdades do café só tinham efeito nele caso ele deixasse.
Isso deixava-o dividido. Por um lado, sentia-se especial na certeza – relativa, sublinhe-se – de que isso só acontecia com ele. Por outro lado, ter algo que o tornasse muito diferente dos demais, não lhe agradava muito.
Talvez não fosse só ele. Precisava de acreditar nisso. Talvez todas as pessoas tivessem essa capacidade de filtragem dentro delas. Cada uma reagindo a determinada característica.
Ou talvez o seu organismo estivesse já tão habituado ao café que a única coisa que ainda conseguia registar era o sabor e a temperatura.
Para muitas pessoas beber café era um acto mecânico. Algo que as juntava em grandes aglomerados, mas que não as acalmava, apenas as fazia ficarem nervosas e apáticas. Até que, por fim, o organismo se habituava tanto à substância que deixava de reagir e o café tornava-se um vício para a mente. Desde que iniciara a sua jornada no mundo da cafeína, Ricardo observara este padrão comportamental ocorrer sem grandes alterações.
De todos os estabelecimentos que visitara desde que iniciara essa sua jornada, aquele era sem dúvida o seu preferido. Um local longe da sua casa, é certo, mas que tratava o café como Ricardo achava que este o merecia: com respeito e dedicação. Ricardo admirava a grande variedade de cafés, sabores e combinações que ali estavam disponíveis. A sua preferida era o cappuccino.
Durante os seus estudos, aprendera que existem várias maneiras de preparar o cappuccino. Algumas pessoas juntavam chocolate, outras canela. Havia ainda quem preferisse só leite; por leite, leia-se natas. A temperatura era outro factor a ter em consideração na confecção desta bebida. Alguns preferiam o leite frio, quase gelado, outros, bem quente.
Para ele, a combinação perfeita era café bem quente com leite frio. Apreciava as propriedades estimulantes do café aliadas às propriedades calcificantes do leite. Recentemente – cerca de dois meses – descobrira que gostava de usar um pau de canela para mexer o café. Nunca prestara muita atenção às modas, ou às suas tendências, por isso o uso de canela era apenas motivado por escolha pessoal e nunca por qualquer opinião popular.
A canela dava um gosto diferente à bebida. Diferente e, ao mesmo tempo, estranho. Não se conseguia decidir se era bom ou mau, era estranho. Esse era um problema de muita gente – não saber tomar uma decisão sem ter tomar um ponto de comparação. Ricardo pertencia a esse género de pessoas.
Por vezes, esta sua peculiaridade comportamental tornava-se incómoda; na maioria das vezes, felizmente, era algo que o ajudava no seu trabalho. Cada trabalho era comparado ao anterior, tanto para o melhor como para o pior e isso fazia-o rever os seus erros.
Era uma fuga à rotina. Quem caía na rotina, caía no desleixo. Muitas vezes ouvira dizer isso. Todos os grandes profissionais – fossem de que áreas fossem – diziam isso. A rotina vicia o corpo e retarda os reflexos, faz o cérebro ficar mais lento.»

Um Cappuccino Vermelho (Capítulo 1)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

E ASSIM COMEÇA (EXCERTO DO PRÓLOGO)

«à distância ouvia-se o som distinto de tiros, seguidos de gritos de reprovação ou de encorajamento. Depois do ruído vinha a calma, sucedida por mais tiros, mais gritos e mais calma.
Luís fechou os olhos, ajeitou a almofada e tentou dormir. Continuava a ouvir os tiros e os gritos. Tapou a cabeça com a almofada para abafar o som, mas foi em vão.
Tinha quase cinquenta anos, estava com o Grupo desde que se lembrava e com aquele parceiro há quase trinta. Três décadas a trabalharem juntos e Luís continuava sem perceber: por que razão o seu parceiro insistia em treinar sempre àquela hora?
Farto de estar ali, Luís levantou-se e saiu da tenda.
Estava uma noite fria e sem lua. Os tiros e os gritos haviam cessado por ora. Ele sabia que iriam recomeçar muito em breve. O rito era o mesmo quase todas as noites.
Aguardou por um som que lhe revelasse onde estava quem ele procurava. O que ele menos queria fazer era começar a reclamar para onde não estava ninguém.
Veio nova sequência de disparos.
Luís esperou que os tiros parassem. Depois esperou que passassem os gritos. Só depois falou.
“Sabes que horas são? perguntou, irritado.
“O rapaz precisa de treinar,” respondeu-lhe uma voz a partir da escuridão. “Senão nunca atingirá o seu potencial máximo.”
“Ao menos usem um silenciador. Deixem-me descansar um pouco.”
O descanso é sobrevalorizado,” respondeu a mesma voz.
Luís desistiu. Era escusado. Deu meia volta e regressou à tenda.
Dias antes, por acidente, descobrira algo sobre o seu parceiro que o deixara preocupado. Sabia que ele era um bom agente, sempre disposto a cumprir a missão do Grupo sem hesitar. Luís suspeitava que ele fazia isso, não por um honrado sentido de dever mas, por pura satisfação pessoal.
A sua descoberta havia-lhe revelado que a satisfação pessoal era o menor dos seus motivos. A sua agenda era desconhecida, mas temia que não fosse coisa boa.
Ricardo era ainda uma criança, a sua personalidade estava em fase de desenvolvimento. A expressão potencial máximo referida em relação ao elemento mais novo do Grupo causava-lhe um arrepio na espinha.. Luís não se costumava assustar facilmente, porém as coisas tinham mudado.
Existiam poucas certezas quanto às origens de Ricardo, mas era inegável que ele era uma criança especial. Agora que Luís sabia que o seu parceiro preparava algo e que Ricardo podia ser uma peça fundamental desse plano, era importante protegê-lo.
E durante os vinte anos seguintes seria exactamente isso que ele faria.»

in Um Cappuccino Vermelho

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

ENTREVISTA

O Jornal do Barreiro ficou a par do lançamento do meu primeiro romance e resolveu entrevistar-me. Podem ler a entrevista na íntegra aqui ou pagarem 0,75€ e comprar um exemplar. Até dia 5 ainda deve estar nas bancas.